terça-feira, 1 de novembro de 2011

Vivendo Através do Outro

Controle, raiva, culpa, medo...sentimentos confusos e dolorosos caracterizam o transtorno comportamental desenvolvido por aqueles que convivem e se envolvem emocionalmente com os dependentes químicos. Na dança de compasso próprio, um não controla a substância nociva enquanto o outro abre mão de sua vida para controlar a vida do ente querido. No jogo de regras sutis, um é escravo da droga e outro da dor e do sofrimento. O amor adoecido do codependente contribui para o desenvolvimento da dependência. Mas, buscando a saúde para este amor, existem chances de salvar toda a família.

Tratamento da co-dependência: necessidade e possibilidade
Como a relação entre co-dependente e dependente é um “quebra-cabeça”, é fundamental perceber a importância do tratamento de ambos. No caso do co-dependente, o tratamento deve permitir que ele cuide de seus próprios traumas, de seus temores, de sua dependência de dependentes, de suas fragilidades.
“Ele precisa curar suas feridas, alterar seus comportamentos compulsivos. Precisa remodelar várias peças para mudar o jogo. Se o dependente se tratar e o co-dependente não, não vai mais haver encaixe nessa relação”...
Segundo  especialistas, o tratamento medicamentoso é importante e, muitas vezes, indispensável porque há compulsão, instabilidade de humor, ansiedade ou outros quadros associados.
Trabalhos complementares de terapia ocupacional, familiar, comportamental e psicodrama também podem ser associados.
Outra indicação segundo especialistas são os grupos de ajuda-mútua. “ Grupos como o Amor Exigente, Al-Anon, Mulheres que Amam Demais Anônimas (MADA), Coda (Co-dependentes Anônimos) e outros similares, todos fundamentados em bibliografia própria e os doze passos, podem ajudá-lo a descobrir-se e aprender novos modos de viver sem essa “droga”. Ali se descobrem controladores compulsivos e aprendem a viver, um dia de cada vez, a própria vida em primeiro plano”.
Um dos lemas dos grupos de ajuda mútua expressa uma condição ideal para o controle do transtorno. “Viva e deixe viver”. Essa seria a fórmula da felicidade neste quebra-cabeças? Cuidando de si e deixando a vida do dependente sob sua responsabilidade, o co-dependente estaria auxiliando o seu ente querido no processo de recuperação e também buscando o valor da sua vida que estava sendo perdida.

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